Livro de estreia tem contos de horror “reais” narrados por crianças

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Verena Cavalcante é o pseudônimo de Bruna Oliveira Gonçalves, 26 anos, nascida em São Paulo, mas criada em cidades do interior do estado, como Mococa, Amparo, Bragança Paulista e, atualmente, vivendo em Limeira.
 Foi nessas cidades que Bruna ouviu histórias que serviram como base para os contos de “Larva”, seu livro de estreia, publicado pela editora Oito e Meio. Os contos são escritos na primeira pessoa, dando voz a crianças que contam, ora de maneira titubeante, ora de maneira crua e direta, fatos aparentemente banais, cotidianos, mas que compõem verdadeiras narrativas de horror. Na orelha, o escritor Luiz Biajoni afirma que Verena inaugura um novo gênero com “Larva”; um gênero ainda sem nome, onde a visão ingênua do narrador infantil é a responsável pela sensação aterrorizante. Os escritores Rafael Sperling e Raphael Montes também são entusiastas do livro, responsáveis por blurbs na contracapa.
Mas a autora não concorda plenamente que os contos sejam de horror.  “Eu queria escrever um livro sobre a infância e, ao mesmo tempo, desmistificar a ideia de que ela é o melhor momento da vida, um lugar mágico, maravilhoso, intocado pelo mal, lar de tudo o que é bom e belo. Os contos foram escritos com essa intenção, sem explorar vulgarmente o horror ou procurar artifícios literários para causá-lo... Interesso-me muito por psicologia infantil e ela explora muito a ideia de que é na infância que nossos problemas têm origem. A maioria dos nossos traumas vem da infância. Nossas fobias vêm da infância. Nossas inseguranças, nossos problemas psicológicos, nossos abusos… Grande parte dos nossos horrores vem de quando éramos crianças vulneráveis à podridão da sociedade e das pessoas, dos adultos. Crianças corrompidas viram adultos doentes. Adultos doentes corrompem crianças que viram adultos doentes. Eu queria que fosse um livro-denúncia, inicialmente.”, diz a autora.
Sobre o uso da narrativa dos contos nas vozes claudicantes dos narradores infantis, Verena comenta: “Escolhi a primeira pessoa, fluxo de consciência e monólogo interior, simplesmente porque as crianças são muito instáveis, pulam de um assunto ao outro, tiram conclusões, divagam, falam em círculos. Achei que fosse a melhor maneira de mostrar a confusão mental, a insegurança delas. Talvez seja isso que provoque a estranheza no leitor e o leve para a insegurança do horror”, conclui.
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